Lista de Sindicato dos Atores traz algumas boas notícias para a brasileira
Anunciadas na manhã desta quarta-feira (8), as indicações ao SAG Awards, premiação anual do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, vieram acompanhadas de uma má notícia para os brasileiros: Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro na categoria Melhor Performance Feminina em um Filme - Drama por "Ainda estou aqui", acabou preterida em nome do quinteto formado por Demi Moore ("A substância"), Cynthia Erivo ("Wicked"), Mikey Madison ("Anora"), Karla Sofía Gascón ("Emilia Pérez") e Pamela Anderson ("The last showgirl").
O SAG Awards é tradicionalmente o principal termômetro para o Oscar nas categorias de atuação, afinal o grupo de maior parte dentre os membros da Academia é formado por atores, em sua maioria dos EUA. A presença de Fernanda Torres na lista significaria que uma indicação ao Oscar seria quase garantida. Mas...
Fernanda Torres vence Globo de Ouro
Não há motivo para pânico. A ausência de Fernandinha dentre as indicadas era esperada por todos. A Variety, que apostou na vitória da atriz no Globo de Ouro, não citava a brasileira nem entre as dez candidatas mais fortes. E o motivo é simples, trata-se de um sindicato americano, que muitas vezes não abre espaço para atrizes internacionais. Com a indicação da espanhola Karla Sofía Gascón, que já era uma aposta certa na temporada de premiações, seria difícil imaginar o SAG abrindo espaço para uma segunda atriz estrangeira.
Em 2024, por exemplo, a alemã Sandra Hüller concorreu ao Oscar por "Anatomia de uma queda", mas ficou fora do SAG, que preferiu indicar Margot Robbie por "Barbie". Dois anos antes, a espanhola Penélope Cruz ("Mães paralelas") foi indicada ao Oscar mesmo após ficar de fora do SAG e do Globo de Ouro. E como esquecer de 1999? O SAG Awards deixou de fora Fernanda Montenegro, que como todos sabemos concorreu ao Oscar por "Central do Brasil".
Após polêmicas nas últimas décadas, como o #OscarsSoWhite, que chamava a atenção para a falta de diversidade na premiação, a Academia investiu pesado em convites para profissionais de diferentes etnias, raças, origens e regiões para integrar o quadro da associação. Com isso, o número de votantes quase dobrou na última década. Hoje são aproximadamente 10 mil membros, incluindo muitos brasileiros. Essa guinada pela diversidade e representatividade tornou o Oscar mais internacional.
No ano passado, além de "Anatomia de uma queda", o alemão "Zona de interesse" e o coreano "Vidas passadas" figuraram dentre os indicados a melhor filme. Falando na Coreia do Sul, impossível não lembrar de "Parasita", vencedor de melhor filme e melhor direção em 2020.
Tudo isso para dizer que, sim, a indicação de Fernanda Torres ao Oscar não será nada fácil, mas longe de ser impossível. A vitória no Globo de Ouro, dias antes do início da votação para as indicações ao Oscar — entre 8 e 12 de janeiro —, jogou o nome da atriz nos holofotes, em Hollywood. Nesta quinta (9), a brasileira visita o talk show de Jimmy Kimmel, comediante quatro vezes apresentador do Oscar. E ela, ao lado do diretor Walter Salles, permanece nos EUA até o fim do mês, com uma agenda intensa de exibições e entrevistas.
A lista final do SAG parece consolidar Demi Moore ("A substância") e Karla Sofía Gascón ("Emilia Pérez") como certezas, Cynthia Erivo ("Wicked") e Mikey Madison ("Anora") como possibilidades fortes, e Pamela Anderson ("The last showgirl") como alternativa. A boa notícia para a brasileira é que nomes pesados como Nicole Kidman ("Babygirl"), Angelina Jolie ("Maria Callas") e Kate Winslet ("Lee") também foram ignoradas pelo sindicato americano.
Enquanto Fernanda aparece em um momento de crescimento na corrida, Cynthia e Mikey parecem estagnadas, enquanto que Nicole e Angelina parecem em queda. O resultado da disputa será conhecido no dia 17 de janeiro, com as indicações ao Oscar. A premiação acontece no dia 2 de março.
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